Os caminhoneiros devem ficar atentos ao novo Diesel B15, que passou a ser comercializado em postos de todo o país a partir de 1º de agosto. O sufixo B15 faz referência à porcentagem de biodiesel na mistura, agora alterada para 15%.
A mudança foi aprovada no final de junho pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), elevando a mistura de biodiesel no diesel e também de etanol na gasolina.
Antes, o biodiesel equivalia a 14% da quantidade total do combustível vendido nos postos. A mudança, de 1%, pode parecer pequena, mas, para os caminhões, pode ter um impacto significativo.
E isso é potencializado em veículos mais antigos. Estudos mostram que os modelos de caminhões produzidos com sistema de injeção mecânica de combustível, a famosa bomba injetora, podem perder potência e torque, na faixa de até 5%, porque o biodiesel tem menor densidade energética.
Além disso, o biodiesel tem uma característica de geração de depósitos nos tanques dos caminhões, popularmente conhecida como borra. Essa borra pode ser sugada pelo sistema de combustível e atingir filtros, bicos injetores e outros componentes, causando entupimentos e outros problemas.
Com esses problemas, os motoristas precisam ter maior atenção aos componentes do sistema de injeção de combustível, analisando constantemente os filtros, as mangueiras e até mesmo o tanque, para eliminar a possibilidade de surgirem problemas no veículo.
Porém, apesar dos problemas, o Governo Federal afirma que a mudança para o Diesel B15 traz uma série de benefícios ambientais, como redução da dependência brasileira de combustíveis fósseis, diminuindo a necessidade de importações, especialmente em um momento de incertezas no mercado global.
As medidas também ampliam o uso de combustíveis renováveis produzidos no Brasil, fortalecendo a produção nacional e contribuindo, ainda, para a redução de emissões e para o desenvolvimento econômico do país. O CNPE destaca que essa decisão foi embasada em rigorosos testes de desempenho com veículos.
Para o órgão, a aprovação do B15 – que eleva a mistura de biodiesel no diesel – representa um avanço importante para a descarbonização do transporte pesado, um dos setores mais desafiadores na redução de emissões de gases de efeito estufa. A medida reforça o papel estratégico dos biocombustíveis na construção de uma matriz de transporte mais limpa e sustentável.
O B15 também traz impactos positivos expressivos para a economia e a sustentabilidade. A expectativa é de mais de R$ 5 bilhões em investimentos em novas usinas e unidades de esmagamento de soja, além da criação de mais de 4 mil novos postos de trabalho, incluindo atividades de esmagamento e refino de óleo vegetal.